Ato pede barreira à importação de leite
Movimento exige fim de benefícios fiscais e preço mínimo garantido para reverter margem negativa; setor perdeu 65% dos produtores em dez anos
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) convoca um ato público em Teutônia para o dia 11 de novembro em defesa dos produtores de leite, que enfrentam grave crise com a desregulação do mercado e custos de produção crescentes. O movimento busca pressionar o governo federal a implementar medidas urgentes, como a imposição de cotas e barreiras comerciais contra as importações do Mercosul, que têm deprimido os preços internos.
A principal reivindicação é o fim da entrada “desleal” de leite e derivados, que, segundo a Fetag-RS, derruba artificialmente os preços no mercado. A entidade aponta quedas de até R$ 0,60 por litro pago ao produtor.
Dados do Cepea/Esalq/USP de setembro/2025 mostram que o custo médio de produção no setor alcança R$ 2,28 por litro, enquanto o preço médio pago ao produtor é de cerca de R$ 2,21, resultando em prejuízo para muitas propriedades.
A crise tem provocado um forte êxodo rural no Rio Grande do Sul: 65,7% dos produtores deixaram a atividade entre 2015 e 2025, o que representa mais de 55 mil famílias.
Reivindicações Prioritárias
* Contenção de Importações: Implementação imediata de cotas ou barreiras para leite e derivados do Mercosul.
* Apoio ao Preço: Atuação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para formação de estoques reguladores e definição de um preço mínimo que cubra os custos.
* Fim de Incentivos: Revogação de benefícios fiscais para empresas varejistas que optam pela importação em detrimento da produção nacional.
O ato será realizado na Linha São Jacó, em Teutônia, com início às 9h. Lideranças e produtores de toda a região são convidados a participar.
Foto: Grupo A Hora