Inter viajará pressionado para o jogo na Bahia
Ambiente tensionado dentro e fora do vestiário colorado é um dos problemas a serem administrados no confronto direto amanhã contra o Vitória no Barradão
O empate sem gols com o Atlético-MG, neste domingo, no Beira-Rio, expôs com nitidez o clima de pressão que domina o Inter dentro e fora de campo. O resultado, que manteve o time perigosamente próximo da zona de rebaixamento, veio acompanhado de apreensão entre jogadores, dirigentes e torcedores, apesar do apoio vindo das arquibancadas durante os 90 minutos. Pressionado, o time colorado vai em busca da recuperação contra o Vitória, amanhã, no estádio Barradão, em um confronto direto contra o rebaixamento.
O ambiente interno colorado também reflete o momento delicado da equipe, que não vence há três rodadas no Brasileirão. O episódio de discussões dentro do vestiário, após a derrota para o Fluminense, ainda repercute. Emiliano Díaz comentou o caso com franqueza: “Estamos em um clube grande no Brasil e no mundo. Se tiver que sair na mão com alguém, vamos sair. E tudo bem, não há problema. Vai ficar lá dentro”, afirmou.
O auxiliar explicou que a cobrança entre os membros da comissão técnica e os jogadores é intensa, mas natural em um clube que vive sob tanta pressão. “Cobrança vai existir em qualquer time grande. O que me preocupa é que vocês saibam de algo que aconteceu no vestiário. Disso eu não gosto porque são coisas íntimas do plantel. Eu brigo com ele (Ramón) como se fosse meu inimigo, porque queremos ganhar. O futebol é assim e o grupo entende. Tivemos reuniões e todos falaram coisas na cara. Esse é o caminho.
Ninguém gosta de ser cobrado. Mas no futebol tem que acontecer”, completou.
Mas tanto ele quando o técnico Ramón Díaz gostaram da atuação contra o Atlético-MG, apesar do resultado muito ruim. O técnico chegou a dizer que o Inter merecia vencer por “três ou quatro gols”. De qualquer forma, agora, a missão é retornar de Salvador com, no mínimo, um empate na bagagem. “Para nós, quarta-feira é uma final. Vamos nos preparar, demos muita confiança ao time, vamos tentar recuperar, fazer o melhor e colocar um time bem agressivo, bem competitivo”, afirmou Ramón Díaz.
A partida contra o Atlético-MG também demonstrou que a paciência da torcida se esgotou. Apesar do apoio incondicional durante os 90 minutos de bola rolando, houve vaias após o apito final de protestos contra os dirigentes. Os torcedores imprimiram e distribuíram cédulas falsas de real com os rostos do presidente Alessandro Barcellos, do vice de futebol José Olavo Bisol, do vice-presidente eleito Evandro Morbach e do executivo André Mazzuco.
Após o jogo, Bisol procurou demonstrar serenidade diante das críticas. “Encaro os protestos com naturalidade. Quando não tem resultado, o torcedor fica chateado. Para mim, é gasolina para trabalhar e melhorar”, afirmou Bisol que sabe: a crise só passará com vitórias.
Fonte: Correio do Povo