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Mano aponta que clube perdeu estilo mais aguerrido nos últimos anos

Técnico revela que parada no calendário vai servir para atletas ganhar melhor perfomance física

Mano aponta que clube perdeu estilo mais aguerrido nos últimos anos
Foto: Fabiano do Amaral

"Ganhamos o jogo e estamos aqui, com cara de tristeza". A declaração de Mano Menezes na entrevista coletiva após a partida simboliza com perfeição o sentimento que permeou a Arena após a vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre o Sportivo Luqueño. Se por um lado venceu, por outro mais uma vez não convenceu. Pior, tivesse goleado o adversário, que jogou grande parte do jogo com um a menos, teria se classificado em primeiro lugar e evitado a disputa dos playoffs da Copa Sul-Americana com o Alianza Lima, do Peru.

A entrevista do treinador do Grêmio chamou a atenção tanto pelo que Mano disse, pelo que ele não disse. Questionado sobre o tempo necessário até que o time atinja um patamar mais qualificado, fixou como prazo a parada para o Mundial de Clubes - o calendário brasileiro será retomado apenas em julho.

Cobranças após a parada

"Depois da parada eu vou estar aqui para ser cobrado com justiça sobre aquilo que preciso ser cobrado", afirmou. Nas entrelinhas, o treinador sugeriu a necessidade de reforços. Já de forma mais explícita, revelou que espera aproveitar o período de treinamentos para aprimorar o preparo físico dos atletas. "Quando tivermos condição fisica, os atletas vão estar preparados para jogar e competir. Não existe uma coisa sem a outra", apontou.

Mano também aproveitou para analisar uma questão menos pontual: o estilo de jogo do Grêmio. Historicamente conhecido por uma postura mais aguerrida, de acordo com Mano Menezes, o clube abdicou desta característica nos últimos em algum momento.

"O Grêmio dos últimos anos tem sido diferente do Grêmio lá de trás, Não sei pontuar exatamente onde começou a mudança de comportamento. Mas ela aconteceu. A essência do Grêmio era de um time aguerrido, que não desistia nunca, que empurrava o adversário para trás. A partir de um determinado momento muda, porque as equipes mudam. E se ganhou assim. E quando se ganha, a marca passa a valer. Mas penso que nunca pode se perder a primeira característica'', analisa.

Sobre o desempenho dos jovens das categorias da base, que entraram no final do jogo e deram boa resposta, Mano tratou de tirar a pressão dos garotos, mas entre elogios, mandou uma mensagem que pode ter outros alvos: "Esses sim a gente tem que ter paciência".


Fonte: Correio do Povo