Mano aponta que clube perdeu estilo mais aguerrido nos últimos anos
Técnico revela que parada no calendário vai servir para atletas ganhar melhor perfomance física

"Ganhamos o jogo e estamos aqui, com cara de tristeza". A declaração de Mano Menezes na entrevista coletiva após a partida simboliza com perfeição o sentimento que permeou a Arena após a vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre o Sportivo Luqueño. Se por um lado venceu, por outro mais uma vez não convenceu. Pior, tivesse goleado o adversário, que jogou grande parte do jogo com um a menos, teria se classificado em primeiro lugar e evitado a disputa dos playoffs da Copa Sul-Americana com o Alianza Lima, do Peru.
A entrevista do treinador do Grêmio chamou a atenção tanto pelo que Mano disse, pelo que ele não disse. Questionado sobre o tempo necessário até que o time atinja um patamar mais qualificado, fixou como prazo a parada para o Mundial de Clubes - o calendário brasileiro será retomado apenas em julho.
Cobranças após a parada
"Depois da parada eu vou estar aqui para ser cobrado com justiça sobre aquilo que preciso ser cobrado", afirmou. Nas entrelinhas, o treinador sugeriu a necessidade de reforços. Já de forma mais explícita, revelou que espera aproveitar o período de treinamentos para aprimorar o preparo físico dos atletas. "Quando tivermos condição fisica, os atletas vão estar preparados para jogar e competir. Não existe uma coisa sem a outra", apontou.
Mano também aproveitou para analisar uma questão menos pontual: o estilo de jogo do Grêmio. Historicamente conhecido por uma postura mais aguerrida, de acordo com Mano Menezes, o clube abdicou desta característica nos últimos em algum momento.
"O Grêmio dos últimos anos tem sido diferente do Grêmio lá de trás, Não sei pontuar exatamente onde começou a mudança de comportamento. Mas ela aconteceu. A essência do Grêmio era de um time aguerrido, que não desistia nunca, que empurrava o adversário para trás. A partir de um determinado momento muda, porque as equipes mudam. E se ganhou assim. E quando se ganha, a marca passa a valer. Mas penso que nunca pode se perder a primeira característica'', analisa.
Sobre o desempenho dos jovens das categorias da base, que entraram no final do jogo e deram boa resposta, Mano tratou de tirar a pressão dos garotos, mas entre elogios, mandou uma mensagem que pode ter outros alvos: "Esses sim a gente tem que ter paciência".
Fonte: Correio do Povo