Exportações de frangos e suínos caem em julho
Volume e receita recuam nas duas cadeias. Setor das aves registra maior queda

As exportações brasileiras de carnes de frango e suína registraram queda expressiva até a terceira semana de julho de 2025, tanto em volume quanto em receita, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O desempenho negativo das duas cadeias acende um alerta para o setor de proteína animal, que enfrenta desafios com a redução da demanda internacional e pressão sobre os preços.
No caso da carne de frango, foram exportadas 231,9 mil toneladas até a terceira semana do mês, frente às 435,6 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2024. A média diária recuou 12,5%, de 18,9 mil para 16,5 mil toneladas. A receita acompanhou a tendência negativa, somando US$ 419,6 milhões até agora — queda de 16,3% frente aos US$ 823,4 milhões arrecadados no ano anterior.
A carne suína também apresentou retração, mas em menor intensidade. Foram embarcadas 61,6 mil toneladas até a terceira semana de julho, contra 119,2 mil toneladas no mesmo período do ano passado. A média diária de exportações caiu 15%, passando de 5,1 mil para 4,4 mil toneladas. A receita foi de US$ 162,6 milhões, uma queda de 7% em relação aos US$ 287,2 milhões arrecadados em julho de 2024.
Com as quedas simultâneas nas duas principais proteínas exportadas pelo Brasil, o setor agropecuário acompanha com atenção os desdobramentos do mercado externo. A persistência desse cenário ao longo do mês pode comprometer os resultados do ano para as cadeias de suínos e aves.
Resultado recorde na carne bovina
Em contrapartida, as exportações de carne bovina cresceram 19,6% em volume diário e 50,5% em receita até a terceira semana de julho, totalizando 172,7 mil toneladas e US$ 958,1 milhões. O preço médio da tonelada subiu 25,8% em relação a 2024.
Apesar do bom desempenho, o setor está apreensivo com a possível imposição de tarifas pelos Estados Unidos, segundo maior destino do produto. A oferta restrita e os altos preços no mercado norte-americano elevam a competitividade da carne brasileira, mas analistas alertam para possíveis impactos nas negociações do segundo semestre.
Fonte: Grupo A Hora