História de Maya, doadora mais jovem de órgãos do HBB, comove Câmara de Lajeado
Rosana e Luciano, que perderam a filha Maya aos 2 anos e 9 meses e optaram pela doação, participaram do lançamento da campanha “Setembro Verde” no legislativo

Antes da sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Lajeado desta terça-feira (9), houve o lançamento da Campanha Setembro Verde, que é o mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. A enfermeira e coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e que atua no setor de doação de órgãos do Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado, Adriana Calvi falou aos vereadores sobre a campanha. “Setembro é o mês alusivo à doação de órgãos. É o mês que a gente trabalha mais intensamente essa causa, é uma causa que a gente precisa trabalhar o ano todo, não só em setembro, porque a nossa fila de pacientes precisando por um órgão é quase do tamanho da população de Lajeado”, comentou Adriana.
Mas o clima de comoção tomou conta dos vereadores e do público presente quando o casal Rosana Fachini (36) e Luciano Steive (46) fizeram o seu depoimento. Eles são pais da menina Maya, filha única do casal, que faleceu aos 2 anos e 9 meses e foi a mais jovem doadora de órgãos do HBB. “A Maya foi menorzinha de todos, porque a Adri (Adriana Calvi) tinha comentado que já teve várias crianças, e antes da Maya, as mais jovens, se não me engano, eram de sete e quatro anos. A Maya doou com dois anos e nove meses”, explica Rosana.
Maya faleceu em 2024, vítima de um tipo raro de meningite bacteriana. “Foi questão de 48 horas, foi muito, muito rápido. Como ela era pequenininha, os sintomas foram meio encobertos, não eram aqueles sintomas característicos de rigidez na nuca, que todo mundo sabe. Ela entrou na UTI, e já foi entubada. Foram dias de altos e baixos. Infelizmente, não teve como controlar”, recorda a mãe.
Rosana buscou na espiritualidade a superação da perda repentina e irreparável. “Maya significa aquela que vai trazer vida onde há morte. E eu nunca imaginei que seria literal, mas eu disse que a minha filha, quando viesse, iria vir para fazer a diferença no mundo. No momento em que alguém contrai meningite, é raríssimo os órgãos sobreviverem, porque eles acabam tendo infecção generalizada. Lá no leito, a gente pediu o milagre, tanto para ela quanto para Deus, para provar para as pessoas que Ele existe. O milagre foi os órgãos terem ficado 100% saudáveis. A gente entendeu que o nome dela era o propósito de vida dela, então a gente teve certeza absoluta, nem pensou duas vezes em doar os órgãos e salvar quem a gente puder salvar. Basta ter um pouco de empatia, porque corpo físico se foi, não tem o porquê não doar para alguém os órgãos, para fazer alguém feliz”, finaliza a mãe.
Entre as atividades previstas na programação do Setembro Verde em Lajeado, estão a caminhada de conscientização para a doação de órgãos, na manhã do sábado, dia 27 de setembro, pelas principais ruas centrais da cidade e palestras em empresas.
Fonte: Grupo Independente